Temos o hábito de acreditar que razão e emoção precisam ficar separadas. Popularmente, emoções são sinônimo de instabilidade e precisam ser mantidas “da porta para fora” no ambiente de trabalho, certo? Errado!
A realidade é muito mais complexa: a linha entre o racional e o emocional é tênue e não adianta querer guardá-las em lugares separados. Ninguém é pura emoção ou racionalidade e a fonte da satisfação, tanto pessoal quanto profissional, é encontrar o equilíbrio.
Por isso, neste texto falaremos um pouco sobre inteligência emocional (IE). Ela começou a ser estudada no fim do século passado por pesquisadores que questionavam o direcionamento único dado pelos famosos testes de QI (Quociente de Inteligência).
Desde então, os estudos sobre inteligência emocional mostraram que ela não só existe, como é uma ferramenta poderosa para o autodesenvolvimento. Quer saber como desenvolver a IE? Continue a leitura e conheça as práticas diárias que podem lhe ajudar neste processo.
Desenvolva seu autoconhecimento
Você pode até acreditar que conhece a si mesma, no entanto, pouca gente consegue de fato compreender e lidar com as próprias emoções, saber quais são as suas limitações, dificuldades. Até mesmo reconhecer os próprios atributos pode ser uma tarefa difícil.
Uma das características da inteligência emocional é justamente estar preparada para entender que feedbacks são construtivos e podem ser utilizados com sabedoria. Aceitar que tem pontos fracos e saber aprimorá-los é um grande passo para desenvolver esse aspecto.
É importante também saber reconhecer os pontos fortes e ter autoconfiança suficiente para demonstrá-los quando for necessário. Muita gente confunde isso com arrogância, mas, na medida certa, saber quais são suas qualidades e utilizá-las a seu favor pode fazer toda a diferença. Veja alguns exercícios para praticar o autoconhecimento:
Use a regra do espelho
Tire um tempo para pensar sobre você. O que realmente lhe agrada nos outros e em si mesma? Preste atenção nas suas ações, em como você responde a determinadas situações, como se estivesse diante de um espelho. Você certamente encontrará alguns padrões sutis de comportamento e eles serão seu ponto de partida para aprender a lidar melhor com suas próprias reações.
Não tenha medo de falar sobre você
Quando verbalizamos, o sentimento se torna mais real. Não tenha medo de dizer o que pensa sobre você — se você se considera inteligente e apta a executar uma tarefa, não espere que alguém note; demonstre.
Dê atenção aos feedbacks
O autoconhecimento não vem só de dentro para fora. Ele também se baseia em entender o modo como suas ações são vistas pelos outros. Ouvir feedbacks, positivos ou negativos, ajuda a alinhar sua autoprojeção com as consequências reais do seu comportamento.
Respire um pouco antes de agir
Todos nós, em algum momento, sentimos o desejo de agir de forma impulsiva para satisfazer nossas vontades. Muitas vezes arriscamos demais ou, por outro lado, deixamos que o medo nos impeça de fazer o que queremos.
Nenhum dos dois extremos é bom. Na verdade, ter inteligência emocional consiste também em perguntar-se se aquele comportamento terá um impacto negativo ou positivo e se de fato vale a pena optar por ele.
Quando estiver diante de uma decisão — independentemente do tamanho e da importância dela — lembre-se dos seus propósitos e princípios, faça um balanço das consequências positivas e negativas, e só então decida como agir. Pode parecer que todo esse processo seja demorado demais para uma rotina agitada, que exige pensamento rápido e certeiro, mas quando você se conhece bem essa avaliação se torna quase automática.
Aprimore suas habilidades sociais
Trabalhar em equipe, lidar com pessoas que pensam de forma diferente de você e construir relacionamentos saudáveis são tão importantes quanto todos os outros pontos que citados. Isso porque nós somos seres sociais e precisamos de interação e ajuda de outros para atingirmos nossos objetivos, além de que isso pode nos fazer mais plenos e felizes.
Algumas pessoas têm dificuldades nessa área e optam pelo isolamento, o que pode lhes custar muito, não apenas no sentido de conseguir coisas materiais, mas também quando se trata do lado emocional. Sendo assim, entenda que fugir do conflito não irá resolvê-lo e busque sempre tratar os outros da forma que gostaria de ser tratada.
Uma dica fundamental para melhorar o relacionamento com os outros é exercitar a empatia. Ser empática significa colocar-se no lugar do outro, tentar entender o motivo de suas ações e também enxergá-las por outro ângulo. Expandir a forma como se encara o mundo é essencial para que você abandone preconceitos e comece a compreender melhor aqueles que a rodeiam.
Busque motivações internas
Provavelmente, você conhece alguém que só é motivado por outras pessoas, pois, sozinho não consegue sentir-se otimista. Essa é uma pessoa que precisa desenvolver esse aspecto da inteligência emocional.
Enquanto trabalha por um objetivo, procure se lembrar constantemente do que lhe fez querer alcançá-lo. Se você decidiu fazer um curso de especialização, por exemplo, e no meio das aulas sente vontade de desistir, lembre-se dos benefícios que foram listados quando tomou aquela decisão — eles certamente valem a pena, ou você não teria optado por aquele curso.
A automotivação faz com que você consiga perceber quando encontra uma oportunidade, lhe faz lutar por ela e superar todos os obstáculos que surgirem. Ter motivação ajuda a manter a esperança e o foco, o que pode ser o fator decisivo entre desistir ou persistir e alcançar o que almeja.
Respeite seus limites
Última dica, mas menos importante que as outras: saiba reconhecer quando não puder lidar com uma situação. Uma pessoa emocionalmente inteligente não se desgasta com situações que ela sabe que não pode controlar.
Como já foi dito, a linha entre razão e emoção é tênue. Uma situação muito estressante pode fazer com que todo o equilíbrio trabalhado seja perdido e a decisão tomada nesse momento acabe pendendo demais para um dos lados. Porém, atenção: isso não significa que você deve fugir de situações difíceis, mas que deve saber o momento certo de pedir ajuda ou orientação.
Para que essas dicas deem certo e você desenvolva sua inteligência emocional, é preciso ser sincera consigo mesma. Caso perceba que está com dificuldades em seu desenvolvimento pessoal, não há problema algum em procurar ajuda. O importante é sempre procurar o melhor para si, de modo que, no final, consiga alcançar suas metas com equilíbrio entre o emocional e o racional.
E aí, conseguiu identificar os pontos que você precisa melhorar para desenvolver a inteligência emocional? Quais aspectos são mais difíceis para você? Deixe um comentário aqui no post e compartilhe suas experiências conosco.